sexta-feira, novembro 18, 2005

da Morte



A morte não constitui grande drama para mim.
Mas deve ser normal. Acho.
Perdi o meu pai quando tinha 14 anos.
A mãe partiu quando eu tinha 26.
Conheci a avó materna, mas não me lembro muito bem, tinha talvez uns 8 ou 9 anos. Os outros avós, há muito que tinham partido.
Há muito que choro, portanto.
Talvez por isso tenha criado defesas e, quando forçada a considerar a palavra fim, seja eu própria a substituir o nojo inerente por, ouvir música, dizer parvoíces, assumir uma postura fria, ás vezes desconcertante, que, os que não me conhecem, podem até achar que me estou a ultra(passar), mas não.
É o que está para trás. Assim fui sendo construída pela vida. E não há nada a fazer. E nem quero fazer alguma coisa.
Assim, agora posso ir, de cabeça muito fria, para o lado da minha amiga G. que perdeu há umas horas a sua avó ( a quem chamei de minha). Ela está destruída, e assim, fico a tomar conta das ocorrências. Quando ela deixar de chorar, começo eu. E isto é a Amizade. Bem Hajas, "Vó Águsta". És uma ganda maluca. Descansa na paz.

5 comentários:

River disse...

Querida Silver,

Não querendo "consolar-te", pq acho k a tristeza só é bem resolvida, se vivermos c/ amesma intensidade k a alegria; digo-te k tenho pela morte algum "desprezo"...
Perdi a minha mãe aos 3 anos, e isso obviamente condicionou toda a minha vida.
Entretanto perdi mt outros elementos essenciais na minha familía, e há 2 anos partiu a minha avó/mãe (ela é k me criou)...
Ao longo de todos estes anos a morte esteve sp presente na minha vida, mas aos poucos fui-lhe ganhando alguma resistência...

E essa claro desaparecerá no momento em k perder alguém querido...novamente...

Talvez já conheças, mas aqui fica, pra ti e pra tua amiga:
"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e os dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

Miguel Sousa Tavares

Um grande beijinho pras 2

Assumida Mente disse...

Silver, aqui fica o abraço apertado de alguém que, graças a Deus, da morte apenas conhece ainda o efeito (nada) colateral que provoca nos que amam quem morreu!

Anónimo disse...

Beijinhos e abraços miúda!

Silver disse...

Miúdas lindas,
Obrigada pelo carinho. Faz-me muito bem saber que vocês existem e que, ainda por cima, gostam de mim. E isso é espectacular.

Silver disse...

É já a seguir, Pilantrinha. É já a seguir! ;)
Bjinh