D'este viver aqui neste papel descripto
Deixei para ler mais tarde.
Havia demasiada turbulência na minha vida, naquela altura, uma tempestade de sentimentos no meu coração, que cheguei a achar que podia saltar-me, sem aviso prévio, para fora do peito, na direcção do seu abraço.
E tudo o que eu sentisse que podia tornar a mágoa ainda maior, foi guardado na gaveta mais próxima.
Talvez ainda não seja a altura ideal, mas porque também pode não haver de todo uma altura ideal para o ler, atirei-me à aventura.
Quem passou por Angola nos anos 70, fosse em serviço militar, quer em trabalho civil, não pode ficar indiferente a este documento. E nem as famílias destes heróis. E eu dei por mim a correr para os álbuns de fotografias da família em busca das fotografias do Pai a bulir em Luanda. A reler, mais uma de tantas vezes, as cartas e postais que trocou com a Mãe, naqueles cinco ou seis anos de sacrifício na luta por uma vida melhor. Por uma vida.
E a saudade bateu uma vez mais. Mais forte, se calhar, desta vez.
Também o meu pai chamava a minha mãe de Jóia. Minha Jóia. Certamente que, também eles se gostavam tudo, um do outro.
Havia demasiada turbulência na minha vida, naquela altura, uma tempestade de sentimentos no meu coração, que cheguei a achar que podia saltar-me, sem aviso prévio, para fora do peito, na direcção do seu abraço.
E tudo o que eu sentisse que podia tornar a mágoa ainda maior, foi guardado na gaveta mais próxima.
Talvez ainda não seja a altura ideal, mas porque também pode não haver de todo uma altura ideal para o ler, atirei-me à aventura.
Quem passou por Angola nos anos 70, fosse em serviço militar, quer em trabalho civil, não pode ficar indiferente a este documento. E nem as famílias destes heróis. E eu dei por mim a correr para os álbuns de fotografias da família em busca das fotografias do Pai a bulir em Luanda. A reler, mais uma de tantas vezes, as cartas e postais que trocou com a Mãe, naqueles cinco ou seis anos de sacrifício na luta por uma vida melhor. Por uma vida.
E a saudade bateu uma vez mais. Mais forte, se calhar, desta vez.
Também o meu pai chamava a minha mãe de Jóia. Minha Jóia. Certamente que, também eles se gostavam tudo, um do outro.
2 comentários:
Que bonito! Minha jóia!
Apesar de não ter convivido com essa realidade (na minha familia os homens na altura já tinham passado a idade de ir para a tropa) o sentimento que tenho é de vergonha. Vergonha de viver num país que não soube, não sabe, e certamente não saberá mostrar qualquer tipo de respeito por quem deu tudo pela Pátria (como então se dizia).
Não estou a referir-me às pensões a que tinham direito há muito, mas a algo muito mais importante... RESPEITO, AGRADECIMENTO ...
Respeito e agradecimento? Oh Kida Kite, volta à Terra. Bjinhes
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